sábado, 18 de setembro de 2010

Para refletir


Olá pessoal! Como têm passado?
Vi esse texto um dia desses e gostei muito, então resolvi trazê-lo pra vocês. 


'' Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.
E então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é... Autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de... Amadurecimento.
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama... Amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é... Simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes.
Hoje descobri a... Humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é... Saber viver!”

(Charles Chaplin)



Bem, por hoje é só. Bom fim de semana pra todos.

domingo, 5 de setembro de 2010

A informação, o conhecimento, é provavelmente o maior legado que qualquer civilização pode deixar. Templos, monumentos, obras de arte, utensílios, tudo isso se deteriora com o decorrer do tempo e tende a desaparecer. Mas as idéias, essas duram para sempre. Se se extinguissem todas as coisas ou ainda toda a população humana fosse subitamente acometida de amnésia, bastaria que uma única fonte, um único indivíduo permanecesse incólume para reconstruir tudo novamente.
Uma idéia e um indivíduo apaixonado (ou louco?, ou genial?) o bastante para se deixar envolver por ela – esse é o bastante para se começar a construir (ou ainda aniquilar) um mundo; Não sem antes, é claro, efetuar a parte mais importantes desse processo: aquela que transforma o SEU mundo. Que muda sua maneira de ver as coisas e as pessoas e vai aos poucos desenhando um novo conceito, um novo ser naquele que algum tempo atrás considerava ser você.
É fascinante o poder do imaterial, dos caminhos da mente. Quem nunca ouviu uma frase, uma música, um discurso e se viu totalmente encantado, ainda que momentaneamente, por seu conteúdo? Viu-se subitamente de olhos brilhando e sentiu uma força avassaladora queimar-lhe por dentro? Como se de repente todo o seu ser gravitasse em torno daquilo e você fosse invencível de tanta motivação para alcançar o que almeja?
O pensamento seduz. Quantos homens já cometeram loucuras quando enfeitiçados por uma idéia... Quantas guerras, invenções, atos de nobreza ou revoluções já surgiram assim... O intelecto, a força motriz da humanidade.
O fascínio pode até ‘deixar a gente ignorante face nada’, mas quem nunca se apaixonou por uma idéia, nunca viveu.

sábado, 4 de setembro de 2010

Em defesa do mérito


O atual sistema brasileiro de cotas raciais para o ingresso nas universidades públicas é vergonhoso. E o é, antes mesmo que se analisem as ideologias ou perigos que pairam sobre ele, pelo simples fato de ser absurdamente anticonstitucional em cada linha de seu texto. Esse projeto não só contradiz diversos artigos da Carta Nacional no que se refere ao acesso indiscriminado e meritocrático à educação, como também fere seu princípio básico, segundo o qual todos os cidadãos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.
No século XVIII os ideários da Revolução Francesa (cujos princípios foram compilados à carta da ONU, da qual o Brasil é signatário) já defendiam a igualdade, a liberdade, a fraternidade... No século XIX Darwin provou a inexistência de raças humanas, expondo evidências de que todos os indivíduos descendem de um único ser primitivo. E no século XXI volta-se a discutir relações entre o já há tanto abolido conceito de raça e capacidade individual; volta-se a questionar a igualdade dos indivíduos perante a lei e aos homens. A incoerência e o retrocesso histórico implícitos nesse processo são gritantes. Ora, se todos são iguais como se justifica a existência de uma lei que relaciona a capacidade intelectual dos indivíduos à cor da pele?
O Sistema de cotas surgiu nos Estados Unidos da década de 60, como um dos vieses do então recém-criado conceito de política afirmativa. Sendo os EUA um país no qual a discriminação realmente existiu, inclusive como lei, a justificativa de que a política seria adotada para reparar um passado depreciativo mostra-se perfeitamente contundente. O racismo era uma coisa real naquele país. Aqui no Brasil, no entanto, nunca se observou processo ao menos semelhante. Apesar da existência da discriminação em alguns setores da população, questionando-se nas ruas todos tem consciência das múltiplas origens formadoras do nosso povo, da inexistência de uma etnia definida. Ao se adotar o sistema de cotas no Brasil, corre-se o risco de vivenciar algo parecido ao que ocorreu na Índia; onde todos se declaravam dalits para ter direito ao benefício e outras castas menos favorecidas começaram a protestar para ser incluídas no mesmo. Logo teríamos cotas para mulheres, deficientes físicos, anões, e quaisquer outros grupos que se sentissem inferiores de alguma maneira.
O Brasil é um país desigual. Mas não é racista. Crianças não nascem racistas. Se esse assunto parasse de ser exaustivamente falado muito provavelmente ninguém nem ao menos se daria conta das diferentes cores de pele existentes, veriam uns aos outros como são e como a maioria vê – pessoas, apenas pessoas. O movimento negro, ao querer separar-se do resto do País e ser visto como diferente e merecedor de facilidades por ter sido injustiçado num passado remoto, corre o risco de consolidar o problema que deseja combater. Incutir na mente das pessoas que eles não são iguais. Ou ainda criar um racismo às avessas. A verdade é que estão querendo racializar um país que não é racializado.
As cotas para alunos de escola pública, por sua vez, são compreensíveis, já que dão acesso a quem não teve grandes oportunidades de estudo, mas sem levar em conta a cor da pele. O único perigo destas, no entanto, é a possível acomodação que pode gerar em nossos já pouco eficientes governantes, em propor e executar uma melhoria no ensino público de base; esta sim a única e incontestável garantia de que todos os cidadãos brasileiros tenham acesso a uma boa educação e, conseqüentemente, às universidades – de forma justa. 
Vestibular é mérito. E é assim que deve continuar a ser. A seleção dos melhores alunos, que se esforçaram a vida inteira, com melhores ou piores oportunidades, batalhando e vencendo passo a passo, para ingressar na universidade. A escolha daqueles mais bem preparados para contribuir de alguma forma para o desenvolvimento do País. Que as horas exaustivas de estudo, as noites mal dormidas e o sacrifício dos pais para formar esses alunos sejam levados em conta. Que todos concorram igualmente a uma vaga para o futuro e os planos almejados. Competindo como são verdadeiramente: Jovens sonhadores cidadãos brasileiros.

sábado, 28 de agosto de 2010

O homem que sumiu do espelho

Foram-se os dias amenos, em que o ser livre e pleno era o grande objetivo e dádiva maior da vida. A ganância e a competição desmedida tudo corromperam, degradando as instituições, as relações interpessoais e, por fim, o espírito criativo. Nada mais se faz por mero prazer ou para o encanto dos sentidos. Tudo deve ter um propósito claro, conciso e definido – até mesmo a arte, não mais se justifica por si só. O capital dita a emoção. É a poesia da existência aprisionada pelo vil metal.
O sistema determina quando e qual emoção sentir. Diz ter a resposta para as dores e angústias que ele mesmo, em sua crueldade e insensibilidade criou. As pessoas se isolam em muralhas e tentam preencher o abismo em seus espíritos com matéria. O capital as dominou tão completa e irreversivelmente que nem mesmo o sofrimento, seja por um falecimento ou amor perdido é algo pessoal e íntimo nos dias de hoje. Em algumas partes do planeta já existem “shows de luzes terapêuticas” em funerais e “centros para recuperação de corações partidos”. Como pode a dor ou o amor ser curado, expresso ou entendido dessa forma?
Assuntos da alma tratados como mercadoria; reproduzidos em série em sites de relacionamento ou até mesmo de promessas virtuais. Padronizar a fé, o sentimento, os costumes. Indivíduo e coletivo se confundem da pior maneira que poderia ocorrer – não em busca do bem de todos (como seria desejado na política, por exemplo), mas num processo mecânico, de uniformização nociva, em que o eu e o você são basicamente o mesmo, sem nenhuma peculiaridade ou diferencial expresso, e pior: as pessoas querem que assim seja.
Até mesmo os jovens, símbolos naturais da contestação e da originalidade, tentam ser diferentes agindo todos da mesma forma. Vestem as mesmas roupas, copiam celebridades da moda (que por sua vez imitam umas as outras), lançam idéias e comportamentos que nada mais são além de releituras mal estruturadas das gerações anteriores. Bom exemplo disso são os “emos”, imitações dos “góticos”, que já eram uma cópia menos criativa dos “ultra-românticos”.
Não há originalidade. A sociedade de consumo impõe às pessoas que a felicidade só será alcançada agindo de determinada forma e tendo determinadas coisas. E elas, já engessadas no pensamento pela falta de exercício da criatividade e invenção, habituadas a já receberem formulado até mesmo o que devem pensar, aceitam.
A magia e o encanto de preparar um bolo em casa, escrever uma música ou pintar um quadro se foi. O artesão não expressa mais como ele se sente. Ele sente aquilo que o mercado quer – ou nem sente, apenas faz, como uma máquina.
A poesia pura e simples, a complexa oscilação de sentimentos própria da existência humana está se perdendo. O indivíduo não se conhece ou não admira mais suas virtudes e defeitos, a mistura e inata e tantas vezes incoerente que nos faz sentir toda a dor e a delícia de ser quem nós somos. Imperfeitos, mas únicos. 

"Respeitável público..."


Ano eleitoral. O que se vê por toda parte são rostos felizes e promessas de um futuro alvissareiro. O partido do governo vigente exibe rostos de crianças radiantes e a oposição se atém a atacar. É hora do picadeiro democrático. Cada vez mais a propaganda eleitoral se devia do seu real objetivo: Esclarecer. Encena-se tanto que muitas pessoas já ligam a televisão no horário reservado a esse fim para “rir com aqueles políticos malucos”. É um cenário degradante. Estão querendo vender (ou seria comprar?) a democracia, transformando seu nome em comédia, desmerecendo-a e ridicularizando.
Com conteúdo enlatado e evasivo, os políticos brasileiros vêm enganando a população há vários anos. Usando técnicas pré-fabricadas de centros publicitários (que profissionais são esses, que ajudam a lubridiar seu povo?) tenta-se conquistar votos como a consumidores. O espaço que deveria ser usado para as discussões, os debates sobre a situação do País a fim de mudá-la é preenchido com teatro, sorrisos falsos e promessas utópicas.  Como mudar dessa forma? Como pode o eleitor usar de seu senso crítico para discernir o melhor quando tudo que lhe é apresentado soa como fábula?
Não bastasse a corrupção e todos os meios obscuros de obtenção de votos que rodeiam os meandros políticos em época de eleição, o eleitor ver corrompida sua maior fonte de esclarecimento. Os partidos perderam sua identidade ou mascaram sua ideologia original a tal ponto que é impossível diferenciar o ruim do menos pior. Têm-se comércio. Assiste-se a um show de horrores. E quando no fim de tudo as máscaras caem é tarde demais.
Sem esclarecimento a grande massa alienada permanece a alimentar o esfacelamento do Estado brasileiro. Mas, como poderia ser diferente de desde a infância foram condenados a tal situação? O Brasil não muda não porque não pode ou por desleixo de seu povo. O Brasil não muda simplesmente porque é o mestre de cerimônias quem decide o início e o fim do show.

Não gosto das atividades imediatistas. Aprecio as atividades artesanais..construídas amalgamando conhecimento; Daqueles trabalhos que envolvem destreza..baseados na pesquisa sutil e precisa..que primam no detalhe para espelhar a totalidade. A restauração de livros, a alquimia em sua origem, a construção de um texto, a elaboração de um prato inusitado, estudar História...

Estudar é arte.
O prazer laborioso de que a alma nunca se cansa.
Confluir de idéias, ressoar de esperança.
É ver o todo na parte, no brilhar do estandarte,
Poesia criança.
Na obscuridade dos fatos, ressurgir nova luz no levar de uma dança.
É ser senhor impotente, do mundo vertente
Ao sonhar nova trama.
É ter o mundo nas mãos, sem nenhum tostão,
Despertar vida-drama.

(Luciana Carvalho)
A imprensa desempenha um papel elementar na formulação das decisões que determinam o curso a ser seguido pela sociedade. Ao passar a informação, os veículos de comunicação expõem o que está ocorrendo e despertam nossa atenção para diversas questões. Porém, isso, isoladamente, não é o bastante para modificar uma sociedade; é necessário que o indivíduo leia nas entrelinhas, e construa por si só a sua visão da realidade.
Ainda que em uma sociedade democrática, livre da censura e defensora da liberdade de expressão, a imprensa não está imune a influências ideológicas. A informação não chega pura ao seu receptor. Na maioria das vezes ela é manipulada para atender aos interesses de determinados grupos, omitindo os fatos que destoam de seus objetivos, ou ainda exibindo uma visão distorcida dos mesmos. Essa edulcoração dos acontecimentos só leva a sociedade a perder, pois ao fazê-la a imprensa deixa de cumprir o seu mais nobre propósito – esclarecer.
Assim, estando a imprensa tão permeada de arbitrariedades, é necessário que o indivíduo saiba realizar uma filtragem do que vê, desfrutando daquele que é talvez o maior mérito da mídia – o despertar do pensamento, da sede de saber. A partir da informação exposta, ir além; questionar, debater, tirar suas próprias conclusões. Engolir opiniões não produz transformações; é preciso, sobretudo, digerí-las. Um homem não se faz daquilo que sabe, mas das atitudes que toma a partir desse conhecimento. É do seu pensar que surgirão as inovações, as mudanças de que a sociedade tanto precisa.
Dessa forma, devemos atrelar informação e pensamento; não apenas repetindo idéias, mas produzindo as nossas próprias. Esta é a única maneira de efetuar-se uma real transformação social, pensando algo novo. Do contrário, do continuísmo de idéias, surgirá apenas o continuísmo de opressão.