A imprensa desempenha um papel elementar na formulação das decisões que determinam o curso a ser seguido pela sociedade. Ao passar a informação, os veículos de comunicação expõem o que está ocorrendo e despertam nossa atenção para diversas questões. Porém, isso, isoladamente, não é o bastante para modificar uma sociedade; é necessário que o indivíduo leia nas entrelinhas, e construa por si só a sua visão da realidade.
Ainda que em uma sociedade democrática, livre da censura e defensora da liberdade de expressão, a imprensa não está imune a influências ideológicas. A informação não chega pura ao seu receptor. Na maioria das vezes ela é manipulada para atender aos interesses de determinados grupos, omitindo os fatos que destoam de seus objetivos, ou ainda exibindo uma visão distorcida dos mesmos. Essa edulcoração dos acontecimentos só leva a sociedade a perder, pois ao fazê-la a imprensa deixa de cumprir o seu mais nobre propósito – esclarecer.
Assim, estando a imprensa tão permeada de arbitrariedades, é necessário que o indivíduo saiba realizar uma filtragem do que vê, desfrutando daquele que é talvez o maior mérito da mídia – o despertar do pensamento, da sede de saber. A partir da informação exposta, ir além; questionar, debater, tirar suas próprias conclusões. Engolir opiniões não produz transformações; é preciso, sobretudo, digerí-las. Um homem não se faz daquilo que sabe, mas das atitudes que toma a partir desse conhecimento. É do seu pensar que surgirão as inovações, as mudanças de que a sociedade tanto precisa.
Dessa forma, devemos atrelar informação e pensamento; não apenas repetindo idéias, mas produzindo as nossas próprias. Esta é a única maneira de efetuar-se uma real transformação social, pensando algo novo. Do contrário, do continuísmo de idéias, surgirá apenas o continuísmo de opressão.
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