Todo ano é isso. Compro a agenda, juro que vou escrever todos os dias e acabo não escrevendo nem a metade. Acho que é horror a ‘obrigação’ que isso implicaria. Não é assim que funciona, as idéias não podem ser limitadas a horário, momento ou local; isso acabaria com o encanto da coisa. Escrevo na mesa, em guardanapo, na mão, até em papel higiênico já escrevi. Não vou andar com a agenda o tempo todo, nem deixar de escrever por não tê-la em mãos. Como já disse repetidas vezes, essa é a minha maior paixão; e quando ela me toma, avassaladora, não há escapatória, fico desesperada em busca de meios de pô-la em prática. Já cheguei até a pedir caneta emprestada a estranhos no ônibus e começar a escrever feito louca, incontroladamente na mão. As pessoas se assustam, ficam de olhos arregalados, é engraçado. E na hora nem me dou conta do que estou fazendo, é tão natural como respirar; a poesia flui. Às vezes perco o que escrevi, ou nem guardo ou leio depois. Até porque não tenho esse objetivo. A escrita por si só já é minha causa e conseqüência, o meu meio e fim. É o que eu amo fazer, a minha mais pura essência. É o que há de melhor em mim.
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